Hoje em dia, estamos disponíveis o tempo todo e buscamos cada vez mais isso. No MSN, estamos com todos, ao mesmo tempo e em qualquer lugar, a qualquer hora. Usamos celulares para sermos encontrados e para encontrar os outros. Existe até uma ferramenta do Google que permite ao dono do celular mostrar aos seus contatos onde ele está (ou onde o celular está). Por vezes deixa-se de conhecer gente ao vivo, em uma fila de banco, por exemplo, para ficar trocando mensagens de texto. Em qualquer lugar usa-se isso para evitar a solidão, e poucos são os momentos em que nos vemos realmente sós.
O complicado é que às vezes isso vira compulsão, quase obsessão. Muitos não trabalham tranquilos se tal mensagem de celular não chegou ainda, ou não ficam sossegados sem saber o que se passa na rede social do namorado (a).
Com a internet e esse arsenal de tecnologias e informações, sente-se obrigação de estar por dentro de tudo, de saber opinar sobre tudo — gripe suína? Barack Obama? Palestina? Sarkozy? Crise econômica? A informação existe em profusão e bem maior que nossa absorção, isso gera muita ansiedade. Li certa vez que, na edição dominical do jornal NY Times, existe mais informação do que um cidadão do século 17 recebia durante a vida toda.
Será que não estamos nos desvirtuando um pouco? Penso que não, isso é bom, mas tem-se que saber administrar/lidar com tudo isso.
Pensando assim — paradoxalmente — resolvi
Vão ser 15 dias sem internet: e-mail, MSN, orkut, blogs e pesquisas pela rede. O que mais vou sentir é não poder ler alguns blogs que acompanho. Alguém imprima e me envie, por favor.
Com celular é mais fácil, pois, estou sem as uns oito meses e não sinto falta. Imaginava-o vibrar o tempo todo, tinha virado cacoete pôr a mão no bolso para ver se o desgraçado estava realmente tocando. E não estava, nunca tocava, era sempre um embuste dessa mente que vos escreve. Quando realmente tocava, eu me irritava por estar tocando, então, esfacelei-o na parede.
Ah, o pior: trabalho o dia todo em frente ao computador. Pequeno detalhe, contudo, não desistirei da empreitada.
Então, para os amigos virtuais, com os quais me comunico somente pela internet, estarei em uma ilha, isolado durante 15 longos dias. Começo hoje, dia 16 de maio eu conto como foi, até!
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